quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Unhas

As unhas podem dizer muito  mais sobre a nossa saúde do que imaginamos. Uma simples consulta ao dermatologista pode ajudar a diagnosticar doenças não só das unhas, mas também de outros órgãos bem mais distantes da ponta dos dedos. Por meio delas  podemos descobrir doenças hepáticas, pulmonares, renais, alterações endocrinológicas, falta de vitaminas e anemia, entre outras.


As doenças das unhas compreendem cerca de 10% das afecções dermatológicas. Utilizamos no exame clínico uma lupa chamada dermatoscópio que, com uma capacidade de aumento de até setenta vezes, nos ajuda a ver melhor a unha e as suas estruturas.
No consultório, a queixa mais comum é a onicomicose, a micose das unhas, que pode ser causada por vários tipos de fungos.  Aparece normalmente como um descolamento, manchas brancas, amareladas e até mesmo esverdeadas, quando associada à bactérias. Essa doença é bem mais frequente nas mulheres que cuidam das unhas em salões de beleza e, muitas vezes, contraem a doença em instrumentos de manicure contaminados e devido à retirada da cutícula, hábito que não é comum em países europeus nem nos Estados Unidos. A cutícula tem um papel importante como barreira protetora para a unha. Por isso, o mais correto é apenas empurrá-la e não cortá-la. Pelo menos 20% da população brasileira se queixa desse problema.
A grande novidade é o tratamento a laser, através do superaquecimento  que mata o fungo, recém aprovado pelo FDA. A onicocriptose, unha encravada, que normalmente ocorre devido ao corte inadequado, também é  uma das principais queixas. O problema pode ficar tão grave que algumas vezes é necessário fazer correção cirúrgica.
Unhas secas e quebradiças também são queixas frequentes. Isto pode acontecer pela desidratação da lâmina ungueal por uso excessivo de esmalte e acetona ou pela idade avançada, ou ainda por problemas mais sérios como falta de vitaminas, anemia e hipotireoidismo. Outras alterações relativamente comuns são as manchas. Mais uma vez nos deparamos com uma gama de alterações que vão desde lesões inócuas, como manchas de origem racial, uso de sapato apertado e lesões benignas como nevos, até melanoma, um câncer de pele de alta malignidade.
Nem sempre unhas amareladas significam micose. Podemos estar diante de psoríase ungueal por exemplo, uma doença inflamatória que afeta cerca de 1 a 2% da população mundial e que pode iniciar pelas unhas. Na psoríase também observamos outras alterações nas unhas como pitting (pequenas depressões puntiformes), estilhas hemorrágicas que aparecem como marcas lineares vermelhas, mancha em óleo e mancha salmão.
Abordando a parte sistêmica temos alterações bem características de cada caso. Na insuficiência renal as unhas ficam metade branca e metade vermelha, o que chamamos de unha meio a meio. Nas doenças respiratórias, podem se assemelhar a um vidro de relógio. Em alguns tipos de anemia essa semelhança é com uma colher, a chamada coiloníquia. Unhas avermelhadas podem estar relacionadas a problemas cardiovasculares.
São inúmeras as alterações que podem ocorrer nas unhas,  indicando problemas graves e outros nem tanto. O dermatologista é o responsável pelos cuidados com elas e, portanto, sua análise faz parte de um exame dermatológico completo.
Veja mais dicas de cuidado com as unhas em www.azulayezanella.com.br

Dr Vitor Azulay

Nenhum comentário: