Problema faz com que muitas pessoas passem o dia sem comer, mas
sintam fome durante a noite
Definindo a síndrome
A Síndrome da fome noturna foi descrita na década de 50 e, de acordo com os autores que a relataram pela primeira vez, as suas principais características são o excesso de fome noturna - a hiperfagia, - que leva a um consumo alto de calorias neste período; a ausência de fome pela manhã, normalmente com pouca ingesta ou ausência de desjejum, e os problemas de sono, principalmente a dificuldade para começar a dormir (insônia inicial).
Acredita-se que a Síndrome da fome noturna está presente em até 25% da população com aumento de peso. Ela é muito mais comum do que se imagina! Ainda não está claro, contudo, quais os fatores que a desencadeiam, mas parece que há um desbalanço em alguns fatores de regulação neuroendócrina relacionados ao ritmo circadiano.
Vamos explicar melhor. Alguns hormônios como a melatonina, que é liberado durante o sono, genes do nosso organismo (os chamados "clock gens"), juntamente com a serotonina, sabidamente têm ação no controle do ritmo circadiano.
O ritmo circadiano nada mais é que o equilíbrio que ocorre no nosso organismo durante a noite e o dia, ou durante o sono e a vigília e todos os ajustes que se fazem necessários em nosso corpo para que isto ocorra. E justamente aí esta o problema: um descompasso entre a melatonina, os clock genes e a serotonina fazem com que as pessoas com a Síndrome da fome noturna acabem tendo fome à noite, perda do apetite de dia e problemas com o sono.
"O principal problema da Síndrome da fome noturna está relacionado ao aumento de peso e suas consequências, que fazem parte do que chamamos de Síndrome metabólica"
Quem tem maior chance de desenvolver a Síndrome da fome noturna? Curiosamente, essas pessoas preferem alimentos muito calóricos, ricos em gorduras e com baixo índice de fibras. Os cientistas acham que estes tipos de alimentos, como os chocolates, conseguiriam ativar de maneira mais eficaz os centros do prazer no cérebro, por isto a preferência.
Embora tanto homens quanto mulheres possam ser acometidos, alguns estudos demonstram uma frequência discretamente maior em homens. A maior predisposição à síndrome tambem está associada a distúrbios do humor (normalmente quadros de depressão e ansiedade) e em pessoas que já apresentam fatores que interferem no ritmo circadiano, como por exemplo os trabalhadores noturnos (seguranças, profissionais de saúde, bombeiros, policiais, etc.).
Complicações
O principal problema da síndrome da fome noturna está relacionado ao aumento de peso e suas consequências - como apressão alta, diabetes , alteração de colesterol -, que fazem parte do que chamamos de síndrome metabólica - a maior causa de mortalidade em todo o mundo.
Pessoas que trabalham em turnos alternados têm padrões diferentes de sono durante as 24 horas devido às mudanças na sincronização dos seus ritmos corporais com o ciclo de claro e escuro. Essas alterações de sono já foram associadas a distúrbios metabólicos, doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade, dentre outros. Em amplos estudo realizados, observou-se que a obesidade era mais comum nas pessoas que trabalhavam em turnos noturnos, em comparação com pessoas que só trabalhavam em turnos diurnos. Além disto, esses trabalhadores apresentavam aumento de gordura no sangue (triglicérides) e diminuição do colesterol bom. Em outros estudos, demonstrou-se que pessoas que trabalham de noite também apresentam aumento de açúcar no sangue, colesterol, pressão arterial, circunferência abdominal e Índice de Massa Corporal (IMC).
Tratando o problema
Existem várias opções de tratamento para a Síndrome da fome noturna, mas, basicamente, duas abordagens são necessárias A primeira opção é o tratamento comportamental - com psicoterapia e mudanças de hábitos de vida -, mas, em algumas situações, o endocrinologista precisa introduzir medicação. Algumas dicas podem ajudar a atenuar o problema são:
- Não fique em jejum pela manhã. Fazer café da manha regularmente é fundamental;
- Fracione bem a alimentação durante o dia;
- Tenha horários regulares para se alimentar (não mudar muito os horários de comer);
- Prefira alimentos com baixo índice glicêmico (produtos integrais) durante todo o dia e principalmente à noite;
- Coma lentamente e sem fatores de distração, como a televisão, principalmente no período noturno;
- Evite qualquer fator que possa influenciar no sono noturno, como a ingestão de cafeína após as 18h, por exemplo, ou atividade fisica logo antes de deitar.
- Tente ter regularidade de sono, evitando trabalho em turnos, e dormir pelo menos 6 horas por noite;
- Evite ter alimentos de alta densidade calórica disponíveis em casa.
- Não fique em jejum pela manhã. Fazer café da manha regularmente é fundamental;
- Fracione bem a alimentação durante o dia;
- Tenha horários regulares para se alimentar (não mudar muito os horários de comer);
- Prefira alimentos com baixo índice glicêmico (produtos integrais) durante todo o dia e principalmente à noite;
- Coma lentamente e sem fatores de distração, como a televisão, principalmente no período noturno;
- Evite qualquer fator que possa influenciar no sono noturno, como a ingestão de cafeína após as 18h, por exemplo, ou atividade fisica logo antes de deitar.
- Tente ter regularidade de sono, evitando trabalho em turnos, e dormir pelo menos 6 horas por noite;
- Evite ter alimentos de alta densidade calórica disponíveis em casa.
Em resumo, embora ainda pouco reconhecida, a Síndrome da fome noturna é um problema que acomete muitas pessoas e deve ser identificado o quanto antes, seja pelo próprio paciente e seus familiares, ou pelo endocrinologista. Pequenas mudanças no estilo de vida e, às vezes, medicação podem trazer grandes benefícios.
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